tag:blogger.com,1999:blog-54446527358065562622023-06-20T05:54:08.297-07:00o desencontro das águas.por paulo lindosoPaulo Lindosohttp://www.blogger.com/profile/08956355622046542652noreply@blogger.comBlogger149125tag:blogger.com,1999:blog-5444652735806556262.post-81721522258328647922014-01-03T19:26:00.002-08:002014-01-03T19:26:22.818-08:00InfielDentro dos muros da medina<div>
Desrespeitou a tradição</div>
<div>
Abriu a lata de bebida</div>
<div>
E brindou à tentação</div>
<div>
<br /></div>
<div>
(tssssss)</div>
<div>
<br /></div>
Paulo Lindosohttp://www.blogger.com/profile/08956355622046542652noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5444652735806556262.post-31462950008593245022014-01-03T19:21:00.001-08:002014-01-03T19:21:17.809-08:00Barcelona<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-tkLVeoTkSD4/Usd9ytbc6QI/AAAAAAAAAUk/pgJTDqYAN-Y/s1600/P1010940+-+contraste100.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" src="http://1.bp.blogspot.com/-tkLVeoTkSD4/Usd9ytbc6QI/AAAAAAAAAUk/pgJTDqYAN-Y/s200/P1010940+-+contraste100.jpg" width="150" /></a></div>
<br />
Colorida e quente<br />
Com alegre correria e gente...<br />
Por que te tornei assim<br />
Monocromática e fria<br />
Quando menti<br />
Naquela fotografia?<br />
<br />
<br />Paulo Lindosohttp://www.blogger.com/profile/08956355622046542652noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5444652735806556262.post-14825201348952354642014-01-03T19:16:00.003-08:002014-01-03T19:16:57.126-08:00PenúriaUm centavo, por favor.<div>
(Roupa imunda, mau odor)</div>
<div>
Pediu-me um dihan,</div>
<div>
Em péssimo francês;</div>
<div>
Quando na miséria</div>
<div>
A gramática não tem vez.</div>
Paulo Lindosohttp://www.blogger.com/profile/08956355622046542652noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5444652735806556262.post-85980855747996868842014-01-03T19:08:00.002-08:002014-01-03T19:09:22.136-08:00Djemaa el-Fna<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<a href="http://3.bp.blogspot.com/-MRVB0ji4KRI/Usd2xXz0YJI/AAAAAAAAAUU/ApvT3LpD7ek/s1600/P1000639+-+contraste100.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" src="http://3.bp.blogspot.com/-MRVB0ji4KRI/Usd2xXz0YJI/AAAAAAAAAUU/ApvT3LpD7ek/s200/P1000639+-+contraste100.jpg" width="150" /></a></div>
<br />
<br />
Entre serpentes e temperos<br />
Caminhei, estupefato,<br />
Temendo gafe e pecado<br />
Em ansioso desespero<br />
<br />
Em teus olhares me perdi<br />
Diversos enegrecidos cílios<br />
Atrás de burcas e empecilhos<br />
Que, assim, não conheci<br />
<br />
Na maior praça da África<br />
Laranja, porco e poeira<br />
Do chão ao céu havia<br />
<br />
Adobe, mistério e história<br />
Que religião é essa tua<br />
De desassossego à brasileira?Paulo Lindosohttp://www.blogger.com/profile/08956355622046542652noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5444652735806556262.post-7239296418299481172013-12-25T21:50:00.002-08:002013-12-25T21:50:52.587-08:00EsquecimentoLembro-me do teu riso<br />
E com ele, das tuas rugas<br />
Tão vis, demonstram fugas<br />
Da tua história sem juízo<br />
<br />
Lembro-me do teu olhar<br />
De cigana filha da puta<br />
De atitude hostil e astuta<br />
Que vi dos olhos num piscar<br />
<br />
E sobreveio esquecimento<br />
Página lida e virada<br />
Tua gargalhada de felicidade<br />
<br />
Cujo som me dava saudade<br />
Já é música esquecida<br />
Nas entranhas do lamento.<br />
<br />
<br />
<br />Paulo Lindosohttp://www.blogger.com/profile/08956355622046542652noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5444652735806556262.post-2042121340381490792013-12-25T20:53:00.000-08:002013-12-25T20:53:06.984-08:00Quem é musaEssa ardilosa moça pensa<div>
Que minha arte é para ela</div>
<div>
Que quando faço uma tela</div>
<div>
É nela em que tenho crença</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Ah, moça tão ambiciosa</div>
<div>
Interpreta todos os versos</div>
<div>
Como se seus fossem, certos</div>
<div>
Independente do tipo de prosa</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Mania de todas as musas</div>
<div>
De levar ao pé da letra</div>
<div>
Toda singular palavra</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Sem saber que a pá que lavra</div>
<div>
E que nos versos penetra</div>
<div>
Não é a mesma que ela usa.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
<br /></div>
Paulo Lindosohttp://www.blogger.com/profile/08956355622046542652noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5444652735806556262.post-64355175072810311362013-12-25T19:45:00.004-08:002013-12-25T19:45:32.098-08:00VinhoA gente era um vinho bom<br />
Fino tinto seco: frutado<br />
Sabor forte, encorpado<br />
Cabernet Sauvignon<br />
<br />
Garrafa veio fechada, assim:<br />
Safra 2011, boa colheita<br />
De tantas vinhas, a eleita<br />
Foste tu, e de ti, a mim<br />
<br />
Inventamos de nos abrir<br />
Sair, imprudentes, da adega<br />
E tu de mim te embriagaste<br />
<br />
Do sabor travoso gostaste<br />
E ficamos ébrios, às cegas<br />
Quando a garrafa teve fim.<br />
<br />Paulo Lindosohttp://www.blogger.com/profile/08956355622046542652noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5444652735806556262.post-73386446967779158512013-12-25T19:09:00.005-08:002013-12-25T19:09:59.573-08:00Oi, disse ela.Oi, ela disse, e então dançou<br />
Rodopiou, deu-lhe um beijo<br />
No ouvido, batom vermelho<br />
Pegou sua mão e o abraçou<br />
<br />
Ele sorriu, em resposta<br />
Mão agilmente na cintura<br />
Ela, sem pudor ou candura<br />
Pisca o olho, dá as costas<br />
<br />
E vai, então, embora<br />
Cessa o seu rodopio<br />
Olhar furtivo, fly away<br />
<br />
Cala a boca, sem um pio<br />
O que quer? Não sei.<br />
Vai voltar? Demora?Paulo Lindosohttp://www.blogger.com/profile/08956355622046542652noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5444652735806556262.post-39403018168676513512013-05-05T17:22:00.003-07:002013-05-05T17:27:59.505-07:00OcasoDeita-se o sol sobre o azul lençol do mar:<br />
Dá a gaivota o seu sobrevoo terminal<br />
Despede-se do horizonte e do calor<br />
A despedida dá uma saudade, uma dor!<br />
Mas amanhã há de novo, não faz mal<br />
Faz bem demais o pôr-do-sol amar!Paulo Lindosohttp://www.blogger.com/profile/08956355622046542652noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5444652735806556262.post-47553381759745177642013-05-05T17:21:00.002-07:002013-05-05T17:28:14.419-07:00Soneto do PortoVejo-te como num sonho distante:<br />
<div>
É nostalgia, vontade da tua brisa fria,</div>
<div>
Do teu cheiro de mar e rio que inebria,</div>
<div>
Do som do fado, do vinho, da ponte.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Tenho-te como um lar de outra vida</div>
<div>
Onde tive mãe e pai, amigos, história</div>
<div>
Lembro-me das tuas ruas e da tua glória</div>
<div>
És do coração uma cidade querida</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Certo dia visitarei a Ribeira, a Foz...</div>
<div>
Tomarei um saboroso porto rubi</div>
<div>
Eu e tu, Porto, a sós</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Andarei nos Aliados, sentirei teu jeito</div>
<div>
Da primeira vez, não sei por que parti!</div>
<div>
Mas agora partirei satisfeito.</div>
Paulo Lindosohttp://www.blogger.com/profile/08956355622046542652noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5444652735806556262.post-50017676987226574992013-05-05T16:44:00.000-07:002013-05-05T16:45:46.820-07:00EsfingeDecifro-te, ou me devoras, esfinge:<br />
Mas és tão indecifrável!<br />
Esta tua timidez, inquebrantável,<br />
É quebra-cabeça complicado deveras...<br />
<br />
Teu silêncio é brisa que arrebata:<br />
No âmago de tua avassaladora ingenuidade,<br />
Receio dizer-te, é verdade<br />
Que reside a essência de minha insegurança.<br />
<br />
Toco tua mão, infinita maciez<br />
E, sem saber o que pensas,<br />
Firo-me profundamente:<br />
<br />
É sim, não, talvez...?<br />
Não sei é acidente, ou se tu mesma tentas<br />
Agredir-me tão fortemente a mente!Paulo Lindosohttp://www.blogger.com/profile/08956355622046542652noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5444652735806556262.post-5185040263927598922013-03-21T12:58:00.001-07:002013-03-21T12:58:07.256-07:00Semana de provasQuando eu te disse adeus,<br />
Entrei em semana de provas.<br />
Mas não dos saberes meus:<br />
Eram outras provas, novas...<br />
<br />
Na segunda, foi prova de melancolia:<br />
Escrevi laudas de tristeza<br />
Recordava-me da tua pureza<br />
Entre pontadas de nostalgia.<br />
<br />
Na terça, tive prova de pranto:<br />
Enchi mesmo uma piscina!<br />
Com a dor da minha sina<br />
De cantar para ti meu triste canto.<br />
<br />
Na quarta, tive prova de fúria:<br />
Blasfemei várias vezes teu nome,<br />
Joguei às traças o teu sobrenome<br />
Perfumando-o de injúrias.<br />
<br />
Na quinta, tive prova de remorso:<br />
Repeti em mente tudo o que disse<br />
Foi sandice? Burrice? Tolice?<br />
Não sei, as palavras distorço...<br />
<br />
Na sexta, tive prova de euforia:<br />
Mas a excitação era falsa!<br />
Não era nada como a valsa<br />
Que dançávamos com alegria.<br />
<br />
No sábado, tive prova de calma:<br />
Fechei a janela do coração<br />
E rezei, de prontidão<br />
Pedindo para deus acalentar-me a alma.<br />
<br />
No domingo, tive prova de resiliência.<br />
Doeu, mas fui forte e consegui<br />
Apaziguar toda a dor que senti<br />
Quando me dei conta de tua ausência.<br />
<br />
Em todas as provas que fiz, passei<br />
Recebi summa cum laude<br />
O mundo inteiro aplaude!<br />
Porque eu enfim te superei.Paulo Lindosohttp://www.blogger.com/profile/08956355622046542652noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5444652735806556262.post-31455494820712887272013-03-17T15:49:00.000-07:002013-03-17T15:49:40.179-07:00Velório sem defuntoPrestai atenção ao anúncio<br />
Dos violinos da melancolia<br />
E do piano que, enfim, dizia:<br />
Começou a orquestra do silêncio.<br />
<br />
Escutai o diálogo entre os mudos<br />
Palavras de tristeza e solitude<br />
Que, em toda sua magnitude,<br />
Pareciam a música dos surdos.<br />
<br />
Fervei no calor da multidão<br />
Escorai entre milhares...<br />
Sempre em solidão.<br />
<br />
Dai adeus, neste velório sem defunto,<br />
Àqueles antigos luares, e entrai<br />
No mundo das conversas sem assunto.Paulo Lindosohttp://www.blogger.com/profile/08956355622046542652noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5444652735806556262.post-79302405029607385832013-01-03T23:47:00.001-08:002013-01-05T14:40:40.542-08:00O enterro do sambistaSapato lustrado, chapéu na cabeça e terno de linho!<br />
Rodeado de coroas, de flores:<br />
Era rei do samba, maestro de amores<br />
Poeta da flor e trovador do espinho.<br />
<br />
Jaz aqui nosso ilustre sambista,<br />
Na pedra fria do fim da vida<br />
Tão diferente da nossa avenida!<br />
Não vai mais sambar na pista...<br />
<br />
Chora, cuíca!<br />
Chora, cavaco!<br />
Chora, pandeiro!<br />
<br />
De corpo e alma arrebentados<br />
Chorai, ó samba, teu canto derradeiro:<br />
Morreu nosso sambista primeiro<br />
O mais querido e bem amado!<br />
<br />
<br />Paulo Lindosohttp://www.blogger.com/profile/08956355622046542652noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5444652735806556262.post-31763897394260905022013-01-03T23:30:00.000-08:002013-01-03T23:30:01.476-08:00Existência breveO sopro da vida de repente se esvai<div>
A alma finda a existência</div>
<div>
Encerra-se tristemente a vivência</div>
<div>
De uma vida tão breve, ai! </div>
<div>
<br /></div>
<div>
Deixa-se de simplesmente ser:</div>
<div>
Estudante, filho, amigo</div>
<div>
Inexiste a noção de novo ou antigo</div>
<div>
Resta somente o não-ser</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Acaba o "teria sido":</div>
<div>
Advogado, médico, engenheiro</div>
<div>
O futuro queda-se perdido!</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Não importa mais dinheiro</div>
<div>
Somente o choro leve</div>
<div>
De um fim de existência breve.</div>
<div>
<br /></div>
Paulo Lindosohttp://www.blogger.com/profile/08956355622046542652noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5444652735806556262.post-84335907331908136922012-12-04T15:12:00.000-08:002012-12-10T10:42:58.313-08:00Soneto ao chopeTu és divindade suprema do bar!<br />
Tu, deus-chope, inebria-nos com tua aura dourada,<br />
Mata-nos a sede com tua liquidez gelada<br />
Causando suspiros de saciedade: ah!<br />
<br />
Nesta religião boêmio-politeísta<br />
Junto ao filé, batata e macaxeira,<br />
Cujo culto é sempre à sexta-feira,<br />
O chope é a deidade altruísta!<br />
<br />
Damos o primeiro gole ao santo<br />
Depois, o chope não distingue ninguém:<br />
Bonito, feio, atleta ou manco<br />
<br />
Ele trata a todos muito bem!<br />
Agora, ergam os copos um tanto:<br />
Um brinde ao chope e amém!Paulo Lindosohttp://www.blogger.com/profile/08956355622046542652noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5444652735806556262.post-40726027051229994202012-10-10T11:19:00.002-07:002012-11-25T15:16:48.968-08:00Manaus, AM<br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Gosto muito dessas coisas:</span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Tucumã, pupunha e açaí.</span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Não sei ser outra coisa!</span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Sei somente ser daqui.</span>Paulo Lindosohttp://www.blogger.com/profile/08956355622046542652noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5444652735806556262.post-44931969547780893442012-10-05T19:27:00.000-07:002012-11-25T20:32:45.414-08:00SinceridadeTudo acabou do nada:<br />
Os filmes, o teatro, os olhares, o luar<br />
que víamos às sextas na varanda do bar.<br />
Separaram-se as mãos até então dadas.<br />
<br />
Foi um sorrisinho no canto da boca,<br />
uma tão tímida mordida nos lábios<br />
que nem o mais inteligente dos sábios<br />
poderia prever que serias tão louca.<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />Paulo Lindosohttp://www.blogger.com/profile/08956355622046542652noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5444652735806556262.post-65675179957515666112012-10-05T19:20:00.001-07:002012-10-05T19:20:26.125-07:00AnacrônicoAmigos ou amantes?<br />
<div>
Risonhos ou delirantes?</div>
<div>
<br />
<div style="text-align: right;">
Já não importa se agora ou antes.</div>
</div>
<div>
<br /></div>
<div>
<br /></div>
<div>
<br /></div>
Paulo Lindosohttp://www.blogger.com/profile/08956355622046542652noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5444652735806556262.post-85790255989044358722012-10-05T19:19:00.002-07:002012-10-05T19:33:40.632-07:00CardiopatiaFaço poesia para um só fim:<br />
<div>
Espantar meus infortúnios,</div>
<div>
Deletar meus deletérios.</div>
<div>
<br />
Acabo assim:</div>
<div>
Tudo que sobra das horas de poesia</div>
<div>
Torna-se quiralgia.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Tento passar a dor a escrever,</div>
<div>
Tocar piano, cantar, viver:</div>
<div>
Expurgar meus fantasmas,</div>
<div>
Implodir meus miasmas.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Piorava minhas dores tudo que fazia,</div>
<div>
Temi até uma cardiopatia...</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Chamam de angústia</div>
<div>
Mas, na verdade, são só inflamações.</div>
Paulo Lindosohttp://www.blogger.com/profile/08956355622046542652noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5444652735806556262.post-87564210135204889442012-10-05T19:14:00.000-07:002012-10-05T19:14:10.233-07:00Quando te contradisseres...Me avise.<br />
<div>
Eu já não sei se te faço bem,</div>
<div>
Não sei se, em carícias, fui aquém - </div>
<div>
Quem sabe não hei de ter ido bem além?</div>
<div>
<div>
<br /></div>
<div>
<br /></div>
</div>
Paulo Lindosohttp://www.blogger.com/profile/08956355622046542652noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5444652735806556262.post-10997093748530111952012-10-05T19:13:00.000-07:002012-10-05T19:22:21.351-07:00ImutávelA política do século é toda verde:<br />
<div>
Parlamentar reciclável</div>
<div>
Ignorando pobreza, fome e sede.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Existe mesmo sociedade sustentável?</div>
<div>
E essa humanidade inescrupulosa...</div>
<div>
Será que é imutável?</div>
Paulo Lindosohttp://www.blogger.com/profile/08956355622046542652noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5444652735806556262.post-16261233774298706632012-10-05T19:05:00.000-07:002012-10-05T19:05:33.683-07:00Primavera tão bobaÉs bela criatura, linda e mansa,<br />
<div>
Que aos olhos todo verde alcança</div>
<div>
E à pele toda alvura invade</div>
<div>
<br /></div>
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És aurora divina e sublime</div>
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E tua existência é hediondo crime</div>
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Crime do qual tenho tanta saudade...!</div>
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No princípio, meio e fim do mundo</div>
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Nem por um segundo</div>
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Pensei em desistir de ti</div>
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Portanto, embora haja dificuldade,</div>
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Jamais sairei da luta</div>
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Que me trouxe até aqui.</div>
Paulo Lindosohttp://www.blogger.com/profile/08956355622046542652noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5444652735806556262.post-76552269862173545282012-10-05T19:02:00.001-07:002012-10-05T19:02:05.471-07:00Amar é um verbo de extremidadesAmar é um verbo de extremidades, tão pequeno que não se consegue imaginar a ida brusca de uma ponta a outra... O 'a' de amor de uma ponta - a da esquerda - e o 'r' de raiva da outra ponta, a da direita. Mas amando, praticando o verbo, nota-se a gangorra que ele é, a gangorra que leva as pessoas do amor à raiva e da raiva ao amor por um simples desequilibrar, ainda que sutil.<br />
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Nota-se de repente.<br />
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Num momento ela espreme teus cravos, ri das besteiras que tu falas, te encoraja a fazer coisas idiotas, como cantar bem alto no meio do saguão do aeroporto, e depois te pede, rindo, para parar, porque não acreditava que tu fosses fazer aquilo. Ela amarra teus sapatos, dá beijos no teu pescoço e ainda diz, em alto e bom som, que o teu pescoço é o seu lugar favorito do mundo.<br />
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E de repente tudo isso acaba. O riso foge do rosto como se tivesse tomado um susto. As mãos se separam... Ela evita teus abraços, te ignora, foge das tuas mãos e, se dás nela um beijo no rosto, ouves somente um "Para", seco e frio.<br />
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É como se todo aquele amor tivesse ido passear. Só que é um passeio tão triste! É como aquele pai que sai pra comprar cigarros e não volta nunca mais. Aonde foi aquele amor? Saiu pra comprar cigarros? Tu sabes que ele volta - ou esperas isso com todas as forças -, mas quando ele sai pra passear, tens o medo e a impressão de que é de vez.<br />
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E esse medo é terrível: é como o medo do estupro, como o medo da morte. E o medo da morte não é o medo de morrer, mas o medo de não poder fazer as coisas que somos capazes de fazer, de não ver nossos filhos crescerem. É esse medo que tu tens, o medo de não aproveitar todos os lindos momentos do mundo com ela, as viagens, os risos juntos, os beijos, o sexo... Tudo.<br />
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E esse medo dá-te uma dor imensa. Como a dor de uma unha sendo arrancada, talvez? Ou de pisar em um prego enferrujado com toda a força dos pés... Dor e medo. E cada vez que a mão dela foge da tua, eles crescem. Cada abraço que tu deixas de lhe dar os aumenta. Cada carinho que fazes e é recebido com desgosto te dá vontade de desistir dos teus sonhos, das tuas ambições, das tuas vontades...<br />
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Cada olhar de desprezo ou desaprovação que tu recebes dela é um olhar de morte, que faz teu alter-ego te dar um tapinha no ombro e dizer "Desiste de tudo. Quem és tu? Tu pertences aos vagabundos, aos esquecidos, aos ratos, à merda, aos vermes. Vai-te embora".<br />
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Deveria ser proibido receber esse tipo de olhar, não? Deveria ser proibido ela adormecer no teu ombro e acordar assustada ao ver que o fez e como não deveria tê-lo feito. Mas não é, e aí estás tu, chorando por não o ser.Paulo Lindosohttp://www.blogger.com/profile/08956355622046542652noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5444652735806556262.post-46236367566795327432012-10-05T18:51:00.004-07:002013-11-10T16:21:56.253-08:00Edição de texto A prosa é justificada, com margem de dois centímetros e espaçamento de um centímetro e meio.<br />
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<div style="text-align: right;">
Na<br />
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poesia, <br />
nada <br />
se <br />
justifica.</div>
Paulo Lindosohttp://www.blogger.com/profile/08956355622046542652noreply@blogger.com0