Nós não precisamos de algo para nos distrair: a distração sozinha se faz na ausência do fazer.
É por isso que quando nos isolamos de tudo que nos distrai, a fim de que possamos nos concentrar, nós nos distraímos do mesmo jeito, com o nada.
Hoje cheguei uma e vinte minutos mais cedo do que deveria ter chegado onde estou, e a distração se fez.
Se fez no papel e na caneta; na chuva que vinha chegando; nos minutos que passaram até agora; nas pessoas que falam ao redor e no futuro arranha-céu que estão construindo bem ali no horizonte.
A distração sozinha se fez.
segunda-feira, 10 de novembro de 2008
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2 comentários:
Fazendo as honras de primeira que leu o texto:
"Bem verdadeiro. A distração que eu mais gosto, se é que assim se possa falar, é aquela sem querer.. que vem quando não queremos nos distrair, quando temos uma razão maior e que nos impede de nos concentrarmos no cotidiano como deveríamos. O devaneio, famoso daydream. É ele que geralmente me faz feliz."
Quem diria que eu vivo nesse mundo, hein?
Adorei o texto, woodl.
;**
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