sábado, 26 de setembro de 2009

Que nem música

Julga as opções sem dó,
Ao contrário, andarás de ré.
Tem cuidado com vos amis,
Estes causam o maior bafafá...
Se queres morrer onde nasce o sol,
Trabalha sempre virado para lá
E pensa sempre apenas em si.

Seria tão chato o som da vida
se ela fosse tocada nessa ordem
tão (mono)cromática!
Ainda bem que somos feitos de
acordes dissonantes,
melodias pra lá de errantes,
erros gramaticais
e atitudes irracionais!
Que nem música,
igualzinho música...

Se render

Vive, mas não te rendas à vida
[surrender]
Ama, e te rendas sem pensar duas vezes
[surrender]
Acaba sendo tudo como um crime:
a gente nunca sabe,
[to surrender or not to]

Os Pássaros

Olha lá,
os pássaros no meu quintal
me chamando pra voar.

Vê aqui,
eu querendo ir lá voar
enquanto ainda crescem minhas asas
ao gosto amargo do caqui.

Bem-te-vi, bem que eu te avisei
o quanto seria difícil
voar
voar
voar

domingo, 20 de setembro de 2009

Quem nunca...

Quem nunca olhou sem realmente ver o que olhava?
Quem nunca deitou em colo de mãe
e percebeu que é a melhor coisa que existe?
Quem, pelo amor de Deus,
nunca deitou numa rede,
fitou o céu azul atrás das verdes palmeiras
e fechou os olhos à paz?
Quem nunca disse 'nunca mais'?
Sabe-se lá...

Quem se atreve a dizer?
Que jamais admirou o cair triste triste
da chuva;
Que se recusou a sorrir junto
ao receber um belo sorriso;
Que não sentiu o doce acolhimento
do abraço.
Alguém se atreve a dizer?

Se nunca fizeste o supracitado,
se te atreves a dizer que nunca o fizeste,
se teus olhos ainda não sentiram os olhos da vida...
Eu te imploro:
Vai lá, amigo,
vive.

domingo, 6 de setembro de 2009

Reino dos Céus

Mostra, lua, tua leitosa opulência!
Deita-te neste véu azul-marinho,
E, numa noite de domingo,
Reflete teu brilho num rio qualquer

Honrai, estrelas, a presença desta lua
Irradiai vossa luz mais que nunca
Espalhando fulgor em cada vão desejo
Iluminando a tez de cada então mulher

Homens, fazei nada além de admirar.
Calai: tornou-se o fúnebre silêncio
A melodia mais-que-perfeita.

Não é sempre que Deus nos orquestra
tal sinfonia... À manhã, tirará
do firmamento este véu,

Devolvendo o azul-claro e simplório
Ao fascinante Reino dos Céus.