sábado, 19 de abril de 2008

Poeminha Besta

Rimas são óbvias, meu caro
Mas um poema sem rimas é raro
Assim como uma música sem cadência:
não ocorre com frequência

A métrica dos versos seria perfeita
Mas escrevo até deixa-los grandes, e torno a estrutura desfeita
Faço um e três, ou três e dois
Se é verso, converso: não interessa, pois

Chuto o balde e grito: leio em inglês!
De que interessa meu embasamento?!
Latim, mandarim ou português

Faço do leitor experimento e tento,
Linha após linha
Fazer do formal apenas mais um pensamento.

Matemágica

Não gosto de números


Se por á mais bê
Burlando esse sistema
Meu resultado for você
Não há solução real

Mas se fraciono minhas saídas
E multiplico os meios pelos extremos
Aplico um teorema e, finalmente
Acho meu ângulo suplementar

Então, se a ordem dos fatores não altera a soma
Não hesite em fazer diferente
Já que sabe o resultado do oposto pelo adjacente

Não gosto de números
Mas se eles não mentem
Então, contigo serei positivo até que algo melhor me inventem.

sábado, 12 de abril de 2008

Eu Sou a Arte

Eu sou a arte.
Eu grito. Brado palavrões sobre coisas que me irritam...
Eu grito em mim.
Em um quarto escuro, à luz tênue do monitor,
Eu grito, silenciosamente.
Eu pinto. Pincelo traços de idéias fragmentadas,
À mão, em teclas e cores pretas e brancas.
Eu esculpo... culpo.
Mesmo a mim, por não gritar, pintar e esculpir o suficiente.
Eu sou a arte, a representação do feio em expressões alinhadas de indignação e comodismo.
O meu próprio comodismo.
Sou o poeta e a obra; o quadro e o artista; a morte e o morto.
Eu sou a arte.