sábado, 27 de março de 2010

Soneto de Lucia

Paris levou embora minha mais linda cantora!
Causou em mim a mais profunda das ausências:
E com saudade deste coração-querência,
Tentei, em vão, ignorar que ela se fora.

Perdi-me então num imenso abismo social
Político, geográfico, semântico, burguês...
O amor na minha língua é diferente do francês.
Ficou o espasmo da proximidade musical.

Ficou o verso, a bossa, a imaginação fluente
- que dizia "a minha tez, a tua, a nossa" -
E os agrados tão distantes, gigânticos,

Separados por um Oceano Atlântico
E apertados por acordes diferentes,
Quentes, dissonantes, quentes...

2 comentários:

João Vítor Girão disse...

Cada vez melhor, meu amigo!

Unknown disse...

Paulo!!! ai Paulo...