terça-feira, 30 de novembro de 2010

Auto-retrato de dentro

É inútil saber minhas virtudes de cor
Fazer várias listas, mil vezes contá-las
Quando de fato, vida minha, tu me falas
E dizes que dos egoístas sou o pior

A palavra nas ruas é de que não presto:
Este poeta? Coitado, de nada vale!
E não digo que isso seja mero detalhe,
A presteza que existe em mim é sobra, resto.

Talvez, em um inerte coração distante,
Eu até tenha o tal do mísero valor,
Mas para que perder meu tempo me explicando?

Para todos os efeitos e meus defeitos,
Tanto para meus prazeres, meus dissabores,
Eu sou só um resultado de minha dor.

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