terça-feira, 13 de abril de 2010

Soneto da decepção justificada

Se eu te decepciono agora, querida,
É para mais tarde não sofreres ainda mais,
É decepção como mensagem de paz:
Se o faço, é para amenizar a dor da partida.

Quando achas que menti, engana-te!
Por mais falso que soe o discurso que disse,
Por maior que seja o grau de minha canalhice,
De uma sina bem pior eu te protegi.

É que não posso encarar pior mentira...
Não é do meu feitio viver
Sob o jugo do amor hipócrita.

Merecemos o que o acaso nos atira!
Não o nosso caso de querer-ser,
Não a nossa pobre e cruel anetoda.

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