domingo, 5 de julho de 2009

Despedidas

Abraço. Olhos nos olhos, cintilantes olhos, e mais um abraço.
A bagagem vai, ébria de tanto peso, até a mala do carro e, num aperta daqui e afrouxa dali, entra finalmente, não obstante desajeitada.
São uns chamegos tão doces, uns sorrisos tão curiosos, uma avassaladora enxurrada de palavras que não consegue passar da garganta; são apelidinhos carinhosos, promessas para o ano que vem, brindes do próximo ano novo.
Manda um beijo pra Fulana, dá notícias pra Sicrano e não esquece de entregar o presente de aniversário de Beltrano! E mais recados. Mais notícias, mais presentes. Mais, mais, mais... Em cada vez menos tempo - pois vai chegando a hora do voo.
Abraço. Olhos nos olhos, lacrimosos olhos, e mais um abraço.
Alguém entra no carro, um outro alguém liga o carro, aciona o taxímetro e dois corações se distanciam. Outrém chora, lembra, sente saudade e olha, até o sumir no horizonte, o partir de um carro qualquer com a placa vermelha.
Assim se despedem os pais e filhos, namorados e namoradas, amigos, parentes, colegas... Assim despedem-se os que se gostam.

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