quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Desencontro das Águas

... É um mar de águas escuras, mas é bem calminho e venta tanto em sua praia que teus cabelos e teu semblante sentiriam realmente o sabor da liberdade incondicional.
Ao pôr-do-sol, a bola de fogo se apaga de pouco em pouco, e o calor vai tocando teu rosto, a luz vai te abraçando passionalmente e tu te entregas ao brilho. Faz-se o contraste com o frio que o vento traz.
A noite vem descendo, a lua vai subindo e então se vê apenas o breu.
Teus olhos enxergam nada mais que trevas, as cintilantes luzes solitárias dos barcos longínquos e as estrelas, tais como um colar de diamantes sobre um vestido negro de cetim.
Teus braços nus sentem não mais a quentura trazida pelo sol, e tu te agarras à ti mesma, em uma tentativa frustrada de amenizar a frieza que te tomou.
O vento mantêm teus cabelos revoltosos e teus olhos semi-cerrados.
Pões teus pés de volta à areia gelada e te distancias, sumindo por entre as árvores e me deixando tão sozinho... Como se não houvesse encontro algum entre as águas de nossas almas.

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