quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Vilarejo Íntimo

Dedicado.

No íntimo vilarejo de mim
Conto nos dedos todos os meus desejos.
Desejo de estar, de não sentir medo
Do íntimo vilarejo que há aqui.

Quando entro nas casas de meu vilarejo
Procuro um sentido, um ego perdido,
Escancaro as janelas dos sonhos partidos
E nada vejo senão ruelas daquilo que rejo.

Na última barca deixando o vilarejo
Vejo na água tez que desconheço
E tenho comigo derradeiro lampejo:

Tiro de mim o mais ignoto defeito
E inconscientemente o afogo,
Trazendo à tona alguém sabidamente imperfeito.

Um comentário:

carol pedrosa disse...

O que somos todos nós se não seres sabidamente imperfeitos em busca de melhorar? Esse é o objetivo da auto-análise e introspecção, tão lindamente descritos nesse poema DEDICADO. hehehe.
adorei.
:*